SOBRE JULIO ZANOTTA




Em boa hora a Coordenação de Artes Cênicas da Secretaria Municipal de Cultura resolveu promover uma semana em torno da obra dramática de Júlio Zanotta Vieira, ou simplesmente Júlio Zanotta, como ele se assina.

É provável que Zanotta seja hoje pouco conhecido ou até desconhecido. Mas aqueles que viveram os anos 1970 e 1980 em Porto Alegre sabem muito bem que Zanotta foi quem iniciou o grupo Ói Nóis Aqui Traveiz, com uma dramaturgia que quebrava convenções e deixava muito apreensivas as autoridades policiais de então. 

Zanotta tornou-se também diretor de teatro e chegou a encenar, por exemplo, O café, o libreto poético da ópera de Mário de Andrade. O texto ou roteiro da encenação ficou perdido nas páginas das edições das obras completas do grande poeta e crítico do modernismo paulista. Zanotta retirou o texto do esquecimento e promoveu uma bela montagem num acanhado espaço - na verdade, um longo corredor - alugado em um prédio da Ramiro Barcelos entre a Cristóvão Colombo e a Farrapos. 
Ir ao espetáculo, embora liberado pela censura de então, era um pouco como ir à clandestinidade. 

Júlio Zanotta foi sempre irrequieto e criativo. Tornou-se escritor, editor de suas próprias obras e assim acabou se tornando presidente da Câmara Rio-grandense do Livro. A instituição respirou novos ares e alçou-se a iniciativas múltiplas que são hoje sua marca. 

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Dramaturgo Julio Zanotta fala sobre teatro, drogas e relações poliamorosas


Foto: Mauro Vieira / Agencia RBS

Autor de peças contundentes, marcadas pela mescla de gêneros teatrais e pela paródia, Julio Zanotta se considera um iconoclasta. Aos 63 anos, o dramaturgo, nascido em Pelotas, foi homenageado na Semana Julio Zanotta, promovida pela Coordenação de Artes Cênicas da prefeitura de Porto Alegre.


Nove noites com leituras dramáticas de peças inéditas, dirigidas por encenadores de destaque da cena teatral gaúcha de diferentes gerações.

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Júlio Zanotta recebe homenagem


Histórias não faltam. Zanotta já teve que deixar o País duas vezes, recebeu o título Cidadão Honorário da Cidade de Porto Alegre em 1998, foi presidente da Câmara Rio-Grandense do Livro em uma das edições mais memoráveis - na qual o dramaturgo espanhol Fernando Arrabal desafiou vários enxadristas, todos ao mesmo tempo, no meio da praça. Viveu por um tempo isolado como Salinger. Publicou vários livros, entre eles Louco, E nas coxilhas não vai nada?, Teatro lixo e O apocalipse segundo santo Ernesto De La Higuera. É pai de quatro filhos de diferentes casamentos. Atualmente, vive da pensão vitalícia que recebe por conta da anistia.

São tantas as curvas desta trajetória que a Coordenação de Artes Cênicas (CAC) da prefeitura decidiu homenagear o dramaturgo pelos 35 anos de carreira com a Semana Júlio Zanotta.
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